Jalles e Albioma inauguram uma das maiores plantas de biogás do Brasil

Por meio de uma parceria entre Jalles, agroindústria do setor sucroenergético, e a empresa francesa Albioma, Goiás ganhou, na última sexta-feira (29/09), a primeira planta de biogás a partir da vinhaça no Estado e uma das maiores do Brasil. A unidade, que recebeu investimentos de R$30 milhões, está instalada na Unidade Otávio Lage, em Goianésia […]

Jalles e Albioma inauguram uma das maiores plantas de biogás do Brasil

Por meio de uma parceria entre Jalles, agroindústria do setor sucroenergético, e a empresa francesa Albioma, Goiás ganhou, na última sexta-feira (29/09), a primeira planta de biogás a partir da vinhaça no Estado e uma das maiores do Brasil. A unidade, que recebeu investimentos de R$30 milhões, está instalada na Unidade Otávio Lage, em Goianésia (GO), e trata-se também do primeiro projeto de biogás da empresa francesa no País.

O biogás produzido será utilizado na caldeira para geração de 22GWh de energia, que são exportados para o Sistema Interligado Nacional, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de aproximadamente 30 mil habitantes por ano. “Um prazer trazer essa tecnologia de ponta para Goiás e continuar desenvolvendo localmente esse setor para que Goiás continue se destacando na geração de energia verde”, ressaltou o diretor-presidente da Albioma, Christiano Forman.

O diretor-presidente da Jalles, Otávio Lage Filho, relatou que a empresa sempre se preocupou com a destinação da vinhaça. Antes, era utilizada apenas para a irrigação. Agora, com a planta de biogás, antes de ir para o campo, a vinhaça, que também possui açúcares em sua composição, será enviada a um reator anaeróbio (um reservatório sem presença de oxigênio), onde será fonte de matéria orgânica para microrganismos. Nesse processo, é produzido o biogás, um composto de três gases: Metano, Dióxido de Carbono e Sulfídrico.

“Ficamos felizes por contribuir com o meio ambiente, por meio desse projeto inovador em Goiás. Sempre tivemos a preocupação de que a vinhaça fosse utilizada para fazer a irrigação. Agora, a gente está tirando o gás, que não era aproveitado, e ainda assim utilizamos para fazer essa irrigação”, explicou.

As vantagens ambientais da planta de biogás são várias, já que após passar pelo reator, a vinhaça é utilizada no campo como biofertilizante, com pH mais próximo da neutralidade, o que pode contribuir para sua melhor absorção no solo. “Essa reponsabilidade que vocês mostram aqui, além de dar o exemplo, mostra o compromisso ético com a relação que nós, seres humanos, temos com meio ambiente e com a natureza. É preciso que a gente se comprometa em entregar um planeta melhor hoje e para o futuro. É possível ter empreendimentos que podem construir um mundo melhor”, ressaltou a secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás, Andréa Vulcanis, que na ocasião representou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

CDA e Caldeira

Na ocasião, também foram inaugurados na Unidade Otávio Lage o Centro de Distribuição e Armazenagem de Açúcar (CDA) Marilda Fontoura de Siqueira e uma nova caldeira. O diretor-presidente da Jalles, Otávio Lage Filho, explicou que os investimentos, na ordem de R$140,5 milhões, fazem parte do plano de investimentos de R$517,4 milhões nas unidades de Goianésia, anunciado em 2021, para aumentar a capacidade industrial em 1 milhão de toneladas de cana, passando de 5,3 milhões para 6,3 milhões de toneladas. “Esse projeto está dentro do nosso planejamento estratégico e proposta do IPO para que possamos produzir mais, aumentar a nossa capacidade e, com isso, ser mais competitivos e reduzir custos”, destacou.

O CDA tem 7.040 m², capacidade para estocar 48 mil toneladas de açúcar e linha de produção com capacidade de 60 ton/h atendendo normas de qualidade e de segurança do alimento, investimento total de R$50 milhões. O local recebeu o nome de Marilda Fontoura de Siqueira, que foi esposa do fundador da Jalles, Otávio Lage de Siqueira, e primeira-dama do Estado de Goiás. Marilda faleceu em abril deste ano e deixou um grande legado na área social. Filho de Marilda, Jalles Fontoura lembrou do papel fundamental da mãe para o desenvolvimento industrial da região. “Ela estaria feliz em ver esse reconhecimento. Dona Marilda foi uma fundadora de Goianésia, ela é da época do Calção de Couro, tem uma história de participação muito grande no que fez com que Goianésia fosse uma cidade muito especial, uma cidade que tem no empreendedorismo e no trabalho boas referências”, destacou.

Já a caldeira, com capacidade de produção de 210 mil kg/h de vapor, recebeu investimento de aproximadamente R$90,5 milhões. Na caldeira, o bagaço da cana é queimado, produzindo gases quentes que trocam calor com a água, transformando-a em vapor. Esse vapor move as turbinas, gerando energia elétrica, que é utilizada para abastecer toda a planta industrial da Unidade Otávio Lage e comercializada, sendo exportada para o Sistema Interligado Nacional. A cogeração de energia é feita em parceria com a Albioma e a planta tem capacidade para produzir 390GWh por safra, dos quais 226 GWh são exportados para o Sistema Interligado Nacional, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de aproximadamente 300 mil habitantes por ano.

Participaram da inauguração acionistas, conselheiros, diretores, colaboradores e parceiros da Jalles, além de representantes da Albioma. Também marcaram presença o presidente do Conselho de Administração da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), José Garrote; o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético e do Sifaeg (Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás), André Rocha; o presidente Associação das Indústrias sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, os deputados federais José Nelto e Jeferson Rodrigues, e autoridades locais.