A Jalles (agroindústria do setor sucroenergético nacional) e a Albioma (empresa francesa especialista na geração de energia a partir da biomassa) vão inaugurar, no dia 29 de setembro, a primeira planta de biogás a partir da vinhaça no Estado de Goiás, um investimento de R$30 milhões. A planta está localizada na Unidade Otávio Lage, em […]
A Jalles (agroindústria do setor sucroenergético nacional) e a Albioma (empresa francesa especialista na geração de energia a partir da biomassa) vão inaugurar, no dia 29 de setembro, a primeira planta de biogás a partir da vinhaça no Estado de Goiás, um investimento de R$30 milhões. A planta está localizada na Unidade Otávio Lage, em Goianésia/GO, que produz açúcar, etanol e energia elétrica a partir da cana-de-açúcar.
Para produção de cada litro de etanol são produzidos cerca de 13 litros de vinhaça, que é utilizada como biofertilizante nos canaviais, por ser rica em nutrientes, como potássio, fósforo e nitrogênio. Com a planta de biogás, antes de ir para o campo, a vinhaça, que também possui açúcares em sua composição, será enviada a um reator anaeróbio (um reservatório sem presença de oxigênio), onde será fonte de matéria orgânica para microrganismos. Nesse processo, é produzido o biogás, um composto de três gases: Metano, Dióxido de Carbono e Sulfídrico.
O biogás é enviado à caldeira, por meio de tubulações, onde entra junto com o bagaço da cana, incrementando a geração de energia elétrica. O reator tem dimensões de 176x96m e 12 metros de profundidade e capacidade de produção de 6.000 m³/h. Com a queima do biogás na caldeira, 22GWh são exportados para o Sistema Interligado Nacional, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de aproximadamente 30 mil habitantes por ano.
As vantagens ambientais da planta de biogás são várias, já que após passar pelo reator, a vinhaça é utilizada no campo como biofertilizante, com pH mais próximo da neutralidade, o que pode contribuir para sua melhor absorção no solo. Além disso, há um incremento na cogeração de energia a partir de mais uma fonte renovável, contribuindo para a descarbonização e transição energética. No futuro, existe a possibilidade de implementar um outro processo na planta para produzir biometano, que pode substituir, por exemplo, o diesel.
“Um dos nossos valores é a inovação está a serviço do bem-estar e, com essa planta de biogás, inovamos mais uma vez, trazendo para Goiás uma tecnologia para ampliar a geração de energia limpa, contribuindo com o meio ambiente”, explica o diretor-presidente da Jalles, Otávio Lage Filho. “Além da produção de eletricidade a partir do bagaço de cana-de-açúcar com os nossos parceiros da Jalles, o setor sucroenergético brasileiro oferece alternativas de investimento atrativas para a Albioma na produção de biogás e biometano. Este projeto mostra as oportunidades comerciais significativas que existem num contexto de demanda crescente por combustíveis renováveis tanto no Brasil como globalmente”, ressalta o diretor-presidente da Albioma, Christiano Forman.
CDA e Caldeira
Além da planta de biogás, na ocasião, também serão inaugurados na Unidade Otávio Lage o Centro de Distribuição e Armazenagem de Açúcar (CDA) Marilda Fontoura de Siqueira e a nova caldeira. Ambos entraram em operação em abril deste ano e totalizam investimentos de R$140,5 milhões, que fazem parte do plano de investimentos de R$517,4 milhões nas unidades de Goianésia, anunciado em 2021, para aumentar a capacidade industrial em 1 milhão de toneladas de cana, passando de 5,3 milhões para 6,3 milhões de toneladas.
O CDA tem 7.040 m², capacidade para estocar 48 mil toneladas de açúcar e linha de produção com capacidade de 60 ton/h atendendo normas de qualidade e de segurança do alimento, investimento total de R$50 milhões. O local receberá o nome de Marilda Fontoura de Siqueira, que foi esposa do fundador da Jalles, Otávio Lage de Siqueira, e primeira-dama do Estado de Goiás. Marilda faleceu em abril deste ano e deixou um grande legado na área social.
Também será inaugurada a nova caldeira, com capacidade de produção de 210 mil kg/h de vapor, investimento de aproximadamente R$90,5 milhões. Na caldeira, o bagaço da cana é queimado, produzindo gases quentes que trocam calor com a água, transformando-a em vapor. Esse vapor move as turbinas, gerando energia elétrica, que é utilizada para abastecer toda a planta industrial da Unidade Otávio Lage e comercializada, sendo exportada para o Sistema Interligado Nacional. A cogeração de energia é feita em parceria com a Albioma e a planta tem capacidade para produzir 390 GWh por safra, dos quais 226 GWh são exportados para o Sistema Interligado Nacional, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de aproximadamente 300 mil habitantes por ano.